A Caritas dos Açores é a união de todas as Cáritas de Ilha, que têm a sua sede e atividade na Diocese de Angra.
A Caritas dos Açores é uma pessoa jurídica canonicamente constituída por decreto da autoridade eclesiástica a que o Estado Português reconhece personalidade jurídica civil, que se rege pelo Direito Canónico e Direito Português, aplicados pelas respetivas autoridades, e tem a mesma capacidade civil que o Direito Português atribui às pessoas coletivas de direito privado, sem fim lucrativo, gozando dos mesmos direitos e benefícios atribuídos às Instituições Particulares de Solidariedade Social nos termos dos artigos 10.º, 11.º e 12.º da Concordata de 2004.
A Caritas dos Açores pode inscrever-se no competente organismo da administração pública regional como instituição privada de solidariedade social em conformidade com a legislação em vigor.
A Caritas dos Açores tem a sua sede em Angra de Heroísmo e o seu âmbito de atuação é em toda a Diocese de Angra.
Atendendo à dispersão geográfica da Diocese de Angra e à especificidade das diferentes Ilhas podem ser eretas Cáritas de Ilha, que se regem por estatutos próprios integrando a Caritas dos Açores, gozando de personalidade jurídica própria.
A Cáritas dos Açores foi fundada em 1956, com sede em Angra do Heroísmo e delegações em Ponta Delgada e Horta.
Nos primeiros 20 anos da sua fundação colaborou sobretudo na distribuição de géneros alimentícios e roupas por instituições, escolas e famílias carentes. Neste aspeto assistencial, teve um papel notável por ocasião da erupção submarina do vulcão dos Capelinhos (Faial 1957), da crise sísmica de S. Jorge (1964) e da crise sísmica das ilhas Pico e Faial (1973).
Na década de 70, deu início a atividades de natureza promocional e de desenvolvimento com a fundação de uma biblioteca, com a atribuição de bolsas de estudo, com a organização de um serviço de apoio aos candidatos açorianos à emigração, com uma escola de adultos, um centro de explicações e um posto de socorros.
Após o sismo de 1980 que atingiu as ilhas Terceira, S. Jorge e Graciosa, desenvolveu e geriu vários programas de apoio aos mais atingidos: Programa de Emergência, Programa de Apoio à Atividade Económica Familiar, Programa de Apoio à Autoconstrução, Programa de Apoio à Construção de Habitação para Idosos dos Meios Rurais, um Centro para Idosos, Programa de Apoio à Construção de Instalações para Infância e Juventude Desviadas e um Jardim de Infância.
Em meados dos anos 80, a Cáritas dos Açores foi-se organizando em outras ilhas, passando a ter cada vez mais impacto na região, nomeadamente através da organização de atividades de promoção, de formação profissional, ações de sensibilização, denunciando graves situações de injustiça e de violação dos direitos humanos. Criou um Centro de Apoio Familiar, um Centro de Promoção da Infância, uma Creche e Jardim de Infância, uma Associação de Pais e Amigos de Crianças Deficientes e desenvolveu um Projecto de prevenção primária da toxicodependência.
Nos anos 90, celebrou Acordos de Cooperação que resultaram na criação de 2 Centros de Acolhimento, um Lar de Transição, um Centro de Atividades de Tempos Livres e um albergue “O Amigo”, aderindo igualmente a iniciativas comunitárias.
Contribuiu também com ajudas financeiras e bens de primeira necessidade para as vítimas das derrocadas, provocadas pelas cheias em S. Miguel em 1997, por ocasião da crise sísmica que atingiu as ilhas Faial, Pico e S. Jorge em 1998, tendo organizado em 1999 uma campanha de ajuda humanitária para com o povo de Timor, denominada “Dos Açores Para Timor”.
A 26 de Março de 2002 a Cáritas Diocesana dos Açores passa a ser a união de Cáritas de Ilha da Diocese de Angra.
Atualmente, para além de todas estas atividades, continua a desenvolver ações no sentido do acolhimento e atendimento das pessoas; mantém a sua vertente assistencial, distribuindo anualmente milhares de roupas, mobílias e utensílios domésticos; continua a apoiar o restauro de habitações e continua a promover campanhas de recolha e peditórios.
De referir, a sua ação em favor dos retornados de Angola, no auxílio prestado às suas congéneres de S. Tomé e Príncipe, no terramoto da Arménia, na guerra e na fome nos países africanos de expressão portuguesa, na guerra na Jugoslávia e aos refugiados de Moçambique.